MASP reabre com exposições do ciclo ‘Histórias da Dança’

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O Museu de Arte de São Paulo exibe trabalhos de Trisha Brown, Hélio Oiticica e Senga Nengudi.

O Museu de Arte de São Paulo – MASP reabre apresentando o ciclo “Histórias da dança“, que reúne exposições individuais de Trisha Brown (“Coreografar a vida”), Hélio Oiticica (“A dança na minha experiência”) e Senga Nengudi (“Topologias”).

Em decorrência da pandemia do novo coronavírus, o local reabre com uma série de medidas de segurança: só será possível visitar o museu comprando ingressos antecipados pela internet. Cada ticket custa R$ 45 (inteira) e R$ 22 (meia-entrada). Às terças, a entrada é gratuita, mas também precisa ser reservado um horário pelo portal.



Além disso, há um profissional medindo a temperatura do público na entrada da instituição. Quem apresentar a partir de 37,5 graus será orientado(a) a procurar um serviço médico. Durante a visita, é obrigatório respeitar a distância mínima de 1,5 metro entre as pessoas e a lotação máxima das salas. Também haverá álcool em gel disponível em todos os andares. Para mais detalhes.

Com curadoria de André Mesquita, “Coreografar a vida” fica em cartaz até 15 de novembro e é a primeira mostra individual da coreógrafa e dançarina norte-americana Trisha Brown (1936-2017) no Brasil. Estão reunidos cerca de 160 trabalhos, incluindo fotos, desenhos e vídeos.

Dentro do “Ciclo de Dança” do MASP, a mostra é dividida em oito núcleos pensados a partir do vocabulário e dos ciclos de trabalho de Trisha:“Corpo democrático”, “Contra a gravidade”, “Transmitir os gestos”, “Acumulações”, “Diagrama em movimento”, “Impulso contraditório”, “Máquinas de dança” e “Desenhar, performar”.

Trisha fez parte de uma geração de artistas que, liderados por Anna Halprin (1920), contribuiu, por exemplo, para introdução de corpos não habituais na dança, criação de peças como manifestos políticos realizados nas ruas, utilização da improvisação como prática e ferramenta compositiva, utilização da fala e da voz como parte da dança e criação de peças para lugares não tradicionais.

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A mostra busca apontar as complexas relações entre dança e artes visuais, exibindo em simultâneo os desenhos com as imagens de suas coreografias. Estão reunidos trabalhos fundamentais no percurso da artista e que enfatizam o aspecto inovador de sua produção.

á “A dança na minha experiência“ apresenta a relação entre a produção de Hélio Oiticica (1937-1980) e a dança, a música, o ritmo e a cultura popular brasileira. A exposição fica em cartaz até 22 de novembro e é uma parceria com o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio).

Com curadoria de Adriano Pedrosa e Tomás Toledo, a mostra apresenta uma ampla seleção de Parangolés. Além disso, outros trabalhos estão reunidos sob a perspectiva da dança e do ritmo, apresentando uma trajetória que culmina no Parangolé, compondo uma espécie de genealogia deste trabalho radical com a apresentação de obras das séries “Metaesquemas”, “Relevos espaciais”, “Núcleos” e “Bólides”.

Já “Senga Nengudi: Topologias” reúne trabalhos de várias fases da artista afro-americana, produzidos entre os anos 1970 e os anos 2010. Pode ser visitada até 15 de novembro e tem documentações de performances e registros sobre o contexto em que suas obras se desenvolveram. A exposição é organizada em parceria com o museu Lenbachhaus, em Munique.

Nengudi mescla escultura e dança, instalação e performance. Influenciada pelos movimentos de resistência e libertação negra, os anos de formação artística dela coincidiram com o início do Black Arts Movement, importante frente política de difusão e valorização da produção cultural negra nos Estados Unidos.

A artista se formou em escultura e dança em Los Angeles, e seu interesse pela cultura japonesa e pelo trabalho do grupo de vanguarda Gutai levaram-na a estudar japanologia na Universidade de Waseda, em Tóquio. Formas japonesas de teatro e dança, como o Kabuki e o Butô, práticas rituais Iorubás (oeste da África), improvisação e jazz formaram o repertório dela.

Em 1975, após o nascimento de seu primeiro filho, Nengudi iniciou a extensa série “R.S.V.P.”, composta por esculturas e instalações feitas com meias de náilon esticadas e/ou preenchidas com areia, amarradas ou atreladas a objetos. Ela estava interessada no caráter transformativo desse material e na maneira como o corpo poderia passar por diversas mudanças ao longo de sua vida — dos “inícios gentis e firmes aos fins lassos”, como declarou.